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O que esperar quando o protecionismo bate Ă porta |
No curto prazo, a bronca Ă© imediata. O cĂąmbio dança, a inflação ameaça dar as caras via produtos importados, e setores como petrĂłleo, cafĂ© e a coitada da Embraer sentem o baque na hora. Paradoxalmente, alguns produtos podem atĂ© ficar mais baratos aqui dentro – afinal, se nĂŁo conseguem vender lĂĄ fora, sobra para nĂłs.
No médio prazo, a coisa fica mais séria. O PIB pode encolher até 0,5 ponto percentual, e aà começa a correria para encontrar novos compradores. China, Reino Unido, qualquer um que tope nosso café sem cobrar taxa extra. O problema? Redirecionamento de exportaçÔes não acontece da noite para o dia.
No longo prazo, talvez seja até bom. O Brasil pode finalmente diversificar sua pauta exportadora, fortalecer laços com os BRICS e quem sabe até acelerar essa história de usar moedas locais no comércio. Claro, vai doer no começo, mas adaptação é nosso forte.
A verdade Ă© que, representando menos de 2% do PIB brasileiro, o impacto pode ser mais barulho que resultado. Mas aqui estĂĄ o ponto crucial: tudo depende de como nosso governo vai jogar. Se a resposta for inteligente e estratĂ©gica, saĂmos fortalecidos. Se for reativa e emocional, multiplicamos os estragos.
Estalo: Crises obrigam paĂses a reinventarem suas estratĂ©gias. Ăs vezes, um empurrĂŁo desconfortĂĄvel Ă© exatamente o que precisamos para sair da zona de conforto comercial – desde que tenhamos liderança Ă altura.